quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Proteção que desprotege

Existe uma tendência recente de certas mães em amamentarem seus filhos além dos 2 anos recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Algumas vão bem além, chegando a 6 ou 7 anos. É um assunto que gera controvérsia. A antropóloga Katherine Dettwyler, da Universidade do Texas, realizou um estudo dos hábitos de amamentação de vários primatas, especialmente gorilas e chimpanzés, geneticamente mais próximos dos humanos. As conclusões de Katherine são bastante interessantes. Nas 21 espécies de primatas estudadas, os filhotes mamam até o aparecimento de seu primeiro molar fixo. Nos humanos, isso corresponde a 5 anos e meio ou 6 anos. Ainda segundo Katherine, os primatas mamam até atingirem um terço de seu peso como adulto. Nos humanos, isso corresponderia a 6 ou 7 anos. Seguindo o ciclo natural das coisas, não é de se estranhar que as crianças queiram mamar até uma idade mais avançada. Mas isso, sem dúvida, provoca certa dependência. “Acho que a criança deve mamar enquanto sentir vontade. Mas não cabe à mãe incentivar o desmame tardio”, opina o pediatra Roberto Issler, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e consultor da IBLCE, organismo internacional que certifica profissionais especialistas em aleitamento materno.


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