quarta-feira, 27 de abril de 2011

Ter coleções cria recompensas para interioridade, diz vidente


Pode ser pequena, mas carrega com ela grande significado. Move nossa paixão, traz prazer e alegria. Muita gente nutre um gosto por alguma coisa de forte sentido simbólico. Há quem admire flores - deixando a casa sempre ajardinada, colorida e cheirosa -, ou plantas; o time das tentadoras garrafas de vinho ou espumante, a turma dos CDs e DVDs, os fanáticos por livros ou bolsas, perfumes ou sapatos, selos ou moedas.

Apreciar, valorizar, colecionar, é uma forma positiva de nos mantermos conectados com o mundo ao redor, entretém e permite empregar uma parcela de tempo de maneira proveitosa em uma atividade que nos encanta, espanta o estresse e cria recompensas importantes para nossa interioridade.

Eu também tenho minha preferência, e não foi escolhida por acaso, aleatoriamente. Trata-se de um mimo que me alucina pelo seu caráter terno, cheio de beleza e graça. Gosto bastante daquelas caixinhas de porcelana que também funcionam bem como objetos de decoração. Pequenas são delicadas, maiores são imponentes, como uma joia, um ovo da Fabergè. Tenho dezenas delas. Algumas, as mais queridas, presenteadas por parentes ou amigos, gosto demais das que tenho, das muitas outras que quero ter e até das que nunca vi, nem sei como são, mas só de pensar... já gosto delas também!

Caixinhas existem muitas: formas, tamanhos, pinturas, detalhes. Uma diferente da outra, com sua identidade, sua singularidade. Elas estão associadas, na minha compreensão das coisas, às almas com as quais tenho trabalhado nesses anos de atividade esotérica.

Como as caixinhas que recolho e coleciono, já encontrei almas esféricas, cúbicas, menores, maiores, mais discretas, mais rebuscadas, rococós. Frágeis ou resistentes, fáceis de abrir ou difííííceis. Não é à toa que o ditado popular diz: "o ser humano é uma caixinha de surpresas".

Escolha uma coleção para entreter os vazios e ócios da vida, uma paixão - mais linda quanto mais delicada e menor for - discreta, plácida. Poucas peças que contenham história, despertem memórias, remetam a experiências fortes, aventuras do humano. Comece modestamente, não exija muito, espere e veja que ela se tornará, como costuma acontecer com as melhores coisas da vida, vocação eficaz, forte possibilidade de felicidade.

terça-feira, 26 de abril de 2011

"O ciúme escraviza de maneira perigosa", diz vidente


Ciúmes? Um inseto rastejante. Praga. Cuidado com ele. E até mesmo só com a idéia dele. Parodiando o poeta Drummond, nem sequer brinque com a palavra "ciúmes". Ele se insinua, atravessa os menores vãos, passa pelos túneis mais estreitos e acaba nos importunando com sua repelência, grudenta, asquerosa.

Você acaba de dedetizar a casa e, surpresa desagradável, voltando para lá em um tranquilo final de tarde, ali na porta da cozinha, percebe um movimento sutil e suspeito, leve insinuação de que algo está se mexendo. Então, zás! Sobre o micro-ondas, uma baratinha, maldita. As baratas estavam aqui antes de nós e, dizem os especialistas, sobreviverão a qualquer catástrofe que pode nos abater. Assim, também, são os ciúmes: sempre atrapalhando nosso equilíbrio espiritual desde as mais antigas gerações e experiências humanas nesse nosso círculo espiritual.

Círculo vicioso
É comportamento ensandecido, longe das planícies agradáveis da razão. Uma resposta desmedida e sem cautela diante de coisas que não merecem maior atenção. Escraviza o enciumado de maneira perigosa, cegando, criando exageros, extremos. Ciúmes, cujo mais perverso efeito é gerar ainda mais ciúmes, fechando um círculo que só acarreta transtornos, desequilíbrios, infelicidades.

Não nos enganemos. Trata-se de doença e quem padece precisa de ajuda e cuidados corretos. Buraco profundo, mas pode ser tapado. Eu acompanhei uma cliente que, apenas relembrando uma situação muitos dias depois de passada, no meu consultório, mostrava-se ainda transtornada, rangendo os dentes, chorando compulsivamente e apresentando uma frequência cardíaca variável.

Essa moça, bonita, agradável, alegre, cheia de auto-estima, profissional competente, personalidade transbordante de carinho e empatia, felizmente desenvolveu, com apoio, uma estrutura espiritual mais sólida para ter consistência frente ao problema. Enfrentou e venceu o fantasma que a perturbava. Aquela águia rapineira, altaneira e voraz, sempre disposta a dilacerar um fígado desatento se transformou num periquito mimoso que ela prendeu na gaiolinha e alimentava com um modesto punhado de alpiste.

Como enfrentar A história que me contou (e que a trouxe para junto de mim) era incrível em sua desproporção. Viajando para um final-de-semana na fazenda da família, encasquetou que o namorado estava encantado e engraçando-se com uma das duas amigas de longa data que acompanhavam o casal. Brigou com essa amiga, fez cena, expulsou-a da casa para descobrir, na madrugada seguinte, em meio ao rebuliço que tomou conta de tudo, que sim, o namorado estava arrastando um cacho, mas pela outra amiga que, aliás, havia servido cinicamente como apoio para desabafos e divisão de suspeitas. Resultado? Perda de duas amigas preciosas. Triste.

Para pessoas que ficam cegas de medo diante de uma barata, indico ter inseticida ao alcance das mãos. Com ciúmes, ocorre o mesmo. Um pouco de treino e fortalecimento espiritual servem como antídoto para eliminar criaturinhas nojentas que insistem em nos atrapalhar e desfilar pelos nossos cantinhos mais preciosos.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Fusquinha veio com tudo


Sejam bem vindo é o nosso primeiro assunto vai ser :

Existem formas singulares de felicidade; descubra a sua

Marina Gold

As pessoas são mais felizes ou infelizes do que se imagina? Nosso peso e medida, nossa sabedoria - que vale adequadamente para nós mesmos - pode julgar a felicidade alheia? Somos o referencial apropriado para avaliar, com critério e acerto, o Universal da felicidade? Acho difícil, pouco provável, diria impossível.

Contaminado pelo nosso conjunto de valores e ilusões, avaliamos a questão apenas em relação a nós mesmos, incapazes de entender outras escolhas, mais ou menos como estrangeiros que desembarcam em país diferente e não sabem falar a língua, não compreendem os hábitos culturais, taxam de dissonantes.

Quando aceitamos - mas, como é difícil! - um contato mais aberto com a multiplicidade da experiência humana em sua riqueza, feito abertamente e sem preconceitos, revelações e descobertas são surpreendentes. É pedagógico perceber que todos os caminhos das nossas paixões e desejos deságuam, quando bem trilhados, em formas individuais muito singulares de felicidade. Em outras palavras: aquilo que alegra uns, pode não ser suficientemente cativante ou emocionante para outros. Mas, para quem elege aquilo como ideal e meta... trata-se da culminância da vida e do prazer.

Em relação a esse assunto, um dos segredos de sabedoria é aceitar que existe muita falsa alegria andando por aí. Mais do que, inclusive, verdadeiras tristezas. Isso porque nós somos feitos para fugir adaptativamente do que nos anula e esmaga. Não gostamos do que nos deixa em conflitos e diminuídos. Olhamos para as possibilidades, na maioria das vezes, com intensidade e otimismo. Há exceções, claro, senão não haveria gente deprimida, sofrendo. Mas em menor número, bem menor.

Pensei nisso tudo acompanhando, recentemente, uma matéria televisiva, jornalismo vespertino. Na telinha, duas praias paulistas, realidades muito afastadas. Numa delas, o biquíni da moda - caro! - custa o suficiente para pagar toda uma semana de sol na outra. Sem falar do espetinho de camarão ou da prosaica cervejinha de cada dia. Desigualdade social? Sim. E de felicidade? PIBs diferentes, sem dúvida. Felicidades brutas também?

Acho que não. Na praia mais simples, águas aprovadas pela Cetesb, muita comida boa, música, risos, sal e suor, crianças pulando e sensualidade vaporosa no ar. Na elegante das praias, águas "impróprias" por conta da superlotação turística, o que senti foi prisão ao ritual e ao protocolo, ditadura do corpinho feito de alface, medo de ser visto em situação pouco abonadora. Tudo meio engessado, travado.

Fascina e inveja o carrão importado? Enorme, suspensão de carro de combate, verdadeiro tanque de guerra com bancos de couro e geladeira a bordo. Preço de quatro apartamentos de classe média. Só o que sei é que a família do Monza velhusco, alto verão no país "abençoado por Deus e bonito por natureza", vai também com intensa alegria, livre, contagiante, a la playa.

sábado, 23 de abril de 2011